segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Encontros de esquina

Ele chegou. Depois da pizza da Vodka da festa da música da dança do calor do suor do beijo das mãos da carona da Coca do sol do sono perturbado do sono com sonho do sol velho do novo. Chegou tímido, quis detê-lo. Por mais que aquele não fosse bonito e gostoso e não fosse minha última necessidade Por mais que o outro não quisesse e os outros pudessem não aprovar Eu queria, até precisava, e foi bom. Perguntei àquela que me disse que valia a pena, pelo menos por uma noite, e, se fosse um cara legal, por duas. Estou devendo a segunda. Ele também beija bem e cheira bem. Fala como hetero, imita ondas.

Ainda assim, Ele chegou. Porque aquele não era bonito nem gostoso, não era minha última necessidade, e os outros talvez não aprovaram. Deduzo. Mas eles não têm nada a aprovar. Ela aprovou – só precisava de uma palavra, sou vulnerável - e foi legal. Mas Ele veio, quis detê-lo. E consegui. Menos ajudaram mensagens e recados, do que mandaram embora o vazio que insiste em ser presente. Mas ajudaram. Até a hora de dormir, (novamente?). Recorri a músicas-calmantes, que não diminuíram as batidas dos músculos involuntários – não para que eu percebesse, até dormir, acordar e deduzir que sim, já que o sono havia chegado.

Se amanheceria ao meu lado, acordou no quarto vizinho. Se poderia ter me acompanhado, me perseguiu de longe. Até que me encontrou. De frente. Como quando se esbarra, sem querer, dobrando a esquina. Sem saber – por mais contraditório que seja, nesse caso, não nos encontros de esquina. Mesmo que a Raiva o tenha antecedido. Mas não (o) compreendi. Por pura ignorância. Por não saber que tinha sido daquela forma – se é que foi. Tenho que perguntar àquela que me dirá que sim.

Ele chegou e tomou conta de mim. Quando soube que beijei! segundos após entregar o maldito troco da Vodka ao outro, que eu sabia que não queria, mas viu. O beijo. Que não era nele. Era no que não era bonito nem gotoso, mas de bom beijo e cheiro. Ele demorou, mas chegou, por não saber que tinha sido daquela forma. Porque não queria machucar o outro. Por mais que não o queira o tanto que ele gostaria, o quero muito bem. Por mais que ele goste de cultivar a dor, não quero ser personagem dessa Paixão.

Seria culpa da Vodka. O outro vai dizer que essa desculpa é clichê e mentirosa. Mas foi. Foi por ela que o beijei primeiro. Foi por ela que o deixei – não porque quis que visse - me ver beijando o que não era ele. Não importava quem fosse. Ainda (e porque) ele tenha dito (disse) tinha que ser com esse?. O outro nem o conhecia. Eu não o conhecia. Nós não nos conhecemos. Eu, o outro e quem tenha participado. Ele, eu conhecia, porém.

Andava comigo há tempos. de menino de fraqueza de recaída. Tinha desistido de mim, ou eu Dele. Mas voltou, como o bom filho. Só queria saciar carências, mover línguas, sentir cheiros e peles. Não queria apertar corações, fechar olhos, aumentar abismos e distâncias. Mas fiz. E não só no outro. Ou Ele fez (a mim)? Aquela à que perguntei mentiu. Não era boa em adivinhação. Parece que não valeu a pena. Feri o outro. E acho que a mim também.

Ele chegou. O arrependimento(, enfim?). Depois do desencontro dos olhares contrários dos dedos trêmulos das palavras luzes das cartas alheias-nossas do conhecimento do momento incerto. E o que fazer? Era mais fácil quando tinha a Deus - não que ele não esteja mais aqui, (e não pense que isso é uma volta, é um aprofundamento) –, mas não o tenho como antes. Amuleto terapêutico.
Músicas-calmantes, pianos emotivos, Caio F., conversas com gravações mudas – que dizem o de sempre ou não dizem nada. Hoje jogo às palavras. Dou. Talvez trazendo para cá, Ele saia da minha cabeça. Mas pode ser que não. Compartilho, ao menos. Ele um pouco dele, e eu um pouco de mim. Ainda que como jornalista limitado no uso das palavras.

Olá

É com muita pretensão que crio esse blog. Afinal, isso é necessário. Só postaria um texto se eu achasse que as pessoas leriam. E se eu quisesse que lessem. E se eu achasse que estava bom. E se eu pensasse que achariam isso. E se eu quisesse que se interessassem por isso.

Há tempos tenho vontade de fazer um blog. Para divulgar minhas produções. Sejam matérias jornalísticas - para quem não sabe (olha a pretensão de achar que alguém que não me conhece vai entrar aqui), eu estudo Jornalismo na UnB e trabalhei por um ano no Correio Braziliense e estou há dois meses na TV Globo (olha a pretensão de achar que alguém pode se interessar profissionalmente por isso aqui) - sejam contos, músicas. Leia descrição abaixo do nome do blog.

Que por sinal, foi difícil escolher, e não estou certo se é bom. Parece pretensioso demais. Pode não combinar sempre com o conteúdo. Tem como mudar depois? Além de ser o título do primeiro conto que vou postar aqui - que me motivou a sair da eterna promessa-vontade de criar o blog -, o escolhi, porque, ah, leiam o conto, e se tiverem vontade de entender melhor o motivo, me contem por comentário (olha a pretensão de interatividade).

Mas enfim. Leiam, gostem e comentem. Vou me sentir muito honrado (apesar da pretensão, sou humilde, tá?).

Abraços