quarta-feira, 22 de julho de 2009

Simples banais

Para ler ao som de Past in Present, Fiest


- Você tá vendo meu rosto?

- Não

- Mesmo assim, tá de olho aberto, né?

- Uhum. To te imaginando. Já estou acostumado. É só o que faço nesse tempo em que não posso te ver.

Lembra desse diálogo, que tivemos no escuro do quarto deitados um do lado do outro? Depois disso, lhe abracei. Bem forte. E pensei:

- Será que meu abraço traduz tudo o que eu sinto. Com esse abraço, ele entenderia a profundidade dos meus sentimentos?

As palavras não são mais suficientes. E tenho medo de que a repetição as torne fracas. Então prefiro lhe abraçar e imaginar que, como uma energia, meu amor flui do meu corpo para o seu. Assim, fantasioso mesmo. Como uma magia num livro do Harry Potter. Referência banal, como pode ser o amor. Mas tão forte entre nós, como ele também pode ser. Que nos caiba a fortaleza.

Imaginar que assim você compreenda que eu nunca amei ninguém como você. Que você é a companhia que eu escolhi e preciso. E todas aquelas declarações bobas que podem parecer sair de um roteiro de comédia romântica. Mas que são tão reais pra mim. Sou daqueles que acredita.

E do nada, você me fala que seu pé está coçando. Assim, um assunto alheio em meio a minha tentativa de dizer te amo. E eu desisto de acreditar que o abraço foi eficiente. Que você entendeu a linguagem dos braços. Uso então os meus pés - para aliviar a coceira do seu.

E você, em uma referência que eu não entendo de primeira, me diz:

- Engraçado, a gente consegue expressar tudo com palavras.

Volto atrás e começo a considerar que minha tentativa de telepatia deu certo, por mais que incompleta.

- Nem tudo.

-É mesmo.

Mas ainda não lhe ponho em palavras o que passou em minha cabeça até aqui. O que tento lhe fazer entender com a negação: "nem tudo". Talvez, só agora, com essas palavras-para-ver. Luz.

Naquele momento, me restringo a abraça-lo de novo. Há de dá certo.

Mas logo depois, não resisto. A ansiedade é o meu mal. Sussurro, ao seu pé do ouvido, o que sempre quero dizer:

- Te amo.

Um silêncio breve. Como na música, em que a figura ritma “breve” é, contraditoriamente, a que tem maior duração. Um peso na alma. Um leve calafrio.

- Será que ele mudou de idéia? Ele não tem mais segurança para responder da mesma forma?

- Te amo mais ainda.

Embora a demora ainda me inquiete, o alívio percorre minhas veias. O peso vira pena. Flutua. Então, ele me ama mais do que eu o amo. Então, ele compreendeu o que eu sinto a ponto de mensurá-lo e comparar com o que ele sente.

- Será que ele pode me amar mais do que eu a ele? O que eu sinto é tão gigante!

Se ele diz, é porque é. E eu sou a pessoa mais privilegiada do mundo.

Horas depois, ele confirma:

- Você me faz tão feliz.

Lembra desse diálogo, que tivemos no escuro do quarto deitados um do lado do outro? Não esquece não?

quinta-feira, 31 de julho de 2008

The sun will not go down

Para ouvir


Open the windows

The doors of house
The doors of closet
The owner of this scent
Shall invade your home

Lift up your head, open your arms
Give me a smile from the corner of your mouth
I will invade your room
‘Cause I must see you now

Reading you is not enough
Listening you is not enough
I must see you now

And take you anywhere
I can stop the time again
Not only in my illusory mind
Today the sun will not go down

Turn off the light, turn on your heart
Take off your glasses, dry your eyes
Besides my bagpack
I bring the solution to our fears

Play this song how many times you can
So loud, as anybody hear us
Changing words and kisses
That will make us believe
There’s no why to be afraid
There’s no why to feel alone

So take me anywhere
You can stop the time again
Not only in my illusory mind
Today the sun can not go down

Letra, música e voz: Evam Sena

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Tinwood man

"I'm going down to Rose Marie's
She never does me wrong.
She puts it to me plain as day
And gives it to me for a song."
Bob Dylan

Para ouvir

I don’t understand
Why Tin Woodman
Would like to have a heart
Sometimes I wish I could be a machine

I wouldn’t need to run every day
Until I can cross sixteen hundred seven kilometers
- I’ve searched in Googlemaps -
To see you

I wouldn’t need to look for something else
That hurts me besides your absence
Knowing that, at least, the newer pain
Will have an end

I wouldn’t need to listen to Bob Dylan
Who takes me away with him to Acapulco
And makes me have some fun
Even when I am in sadness

I wouldn’t find fake reasons
For any sign you don’t even give me
On the other side of telephone
And I wouldn’t think of them over all night

I don’t understand
Why Tin Woodman
Would like to have a heart
Sometimes I wish I could be a machine

‘Cause machines can be
Turned on and off
Turned on and off

Letra, música e voz: Evam Sena
Violão: Victor Longo

domingo, 25 de maio de 2008

Love of paper

Para ouvir
Para ver



Words are gone

They mean nothing
Time pass
I don’t know if it’s right

I hope
This rose of paper
You’ve done
Lasts forever, as your love

Memory is the wind
I've tried to keep yours from escaping
I can only date now
My fright and your guarantee

I hope
Those feelings
You’ve written down, crying
Don’t get lost, it’s your love

Ears are closed
Music does not make sense, for now
All I can shout
Are the silent tears

I hope
Today
Sleep takes pity on my pain
And comes with your love

Letra, música, piano e voz: Evam Sena

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O mesmo céu

"O céu vai tão longe, está perto"
Marisa Monte e Nando Reis

Para ouvir
Para ver


Você tiraria
Uma foto linda
Do céu, se ainda
Estivesse aqui

Duvido que sua
Nova casa guarde
Para um fim de tarde
Tantos vermelhos

Tudo bem que o céu
Acordou sem cor
De mim sentiu dó
Quando você partiu

Mas o sol ao meio-dia
Com sua nada amena luz
Esqueceu-se da pena
Que antes sentiu

Até que o céu se rendeu
Em chuva chorou
Mas logo se pôs o sol
Para esperar o seu click

Sobre mim e você
Está o mesmo céu
Que há de lembrar
O que é sempre seu

Letra, música, voz e piano: Evam Sena

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Britpop song

"When I'm gone
And I'll have the sea to remember you,
Tears and tears"
Gabriel Abreu

Para ouvir

Para ver


I’ll make a britpop song

With easy chords
That you can play with your lefty guitar
While you are here
While you are here

I’ll ignore my friends
And fail my classes
To touch your body and feel your scent
While you are here
While you are here

I caress your cute face
My fingerprints can
Memorize your skin
While you are here
Laid down by my side

I will stop biting my fingernails
Cause I have a reason
To be safe
While you are here
While you are here

I’ll read book after book
Take photos of transvestites
Only to fulfill my mind
While you are out
While you are out

I'll fix my record changer
And listen to the Arctic Monkeys LP
Following the Beatles Collection
While you are out

I’ll make a tattoo:
A physical pain
That can ease the emotional one I feel
While you are out
While you are out

I’ve made a britpop song
With easy chords
That you can play with your lefty guitar
And remember me
While you are out

I can play with my piano
Like you were here
While you are out

Letra, música, voz e piano: Evam Sena

terça-feira, 15 de abril de 2008

Your face, when it’s sad


Para ouvir
Para ver

Everytime that I wanna tell you
Leaving you is so hard
I must swallow, it will be bluer
When we will certainly be apart

Nothing moves me more
Than your face, when it’s sad
Nothing moves me more
Than your face

You laid your eyes and told me something
That fills you with fright
Loved you forever since that time
But all I could do was hold you tight

If my body could fly into your window
I would protect you until night goes by
If my words were spoken by my heart
You’d learn: to the frailty, there’s no why

Time tends to make life seems fine
And, in a big day, we will find some trees
Beneath which we will sit
In a park, on a beach
Where you’ll give me a smile

Nothing moves me more
Than your face, when it’s sad

Nothing moves me more

Than your face, when it's gone





Letra, música, voz e piano: Evam Sena